Brasil Colonial.

O Brasil colonial, ocorreu entre 1530 a 1822, começando quando o Reino de Portugal enviou expedições organizadas por Martim Afonso de Souza para colonizar a região. 

Tendo como objetivo afastar os piratas franceses, o plantio de cana de açúcar e a procura de metais preciosos,legitimaram o território como colonia Portuguesa.

Capitanias Heréditárias

D. João III dividiu o território em 15 capitanias hereditárias, estas eram imensos lotes de terra que se estendiam do litoral até o limite estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. 

Por meio da Carta de Doação, as capitanias foi entregue a 12 donatários, pertencentes à pequena nobreza lusitana, que podiam explorar os recursos da terra, mas ficavam encarregados de povoar, proteger dos estrangeiros e indígenas e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar.

Os direitos e deveres dos capitães-donatários eram regulamentados pelas cartas de foral, servindo o Foral da Capitania de Pernambuco.

Governo Geral

Após a tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias, a coroa portuguesa criou o Governo-Geral como forma de centralizar a administração, tendo mais controle da colônia.

Também começavam a existir câmaras municipais, órgãos políticos compostos pelos "homens bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. 

Mapa de  Salvador

Os três primeiros governadores gerais que administraram o Brasil Colônia foram: Tomé de Souza (1549 a 1553), seguido de Duarte da Costa (1553 a 1558) e Mem de Sá (1558 e 1572).

 A administração de Tomé de Sousa iniciou o processo de restabelecimento da Coroa Portuguesa nas terras brasileiras.Salvador, fundada em 1549, por ser um ponto estratégico, sendo a primeira capital do Estado do Brasil. Ele foi responsável por trazer os jesuítas, que tinha a missão de catequizar os indígenas.

Fonte: https://www.estudopratico.com.br/missao-jesuita-no-brasil/

O governo de Duarte da Costa foi marcado por diversos combates com os índios, realizou expedições de exploração e entrou em conflito com o bispado que condenava a escravidão de índios,  por outro lado.

Mem de Sá, além de ter conseguido expulsar definitivamente os franceses invasores, em 1560, conseguiu conciliar portugueses, colonos e alguns índios. Em seu governo ele estimulou o tráfico de negros africanos e fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro 

Com a morte de Mem de Sá  Dom Luís de Vasconcelos, o governo português dividiu o Brasil em dois governos cuja unificação só voltou em 1578:

• Governo do Norte, com sede em Salvador
• Governo do Sul, com sede no Rio de Janeiro

Invasões

As invasões francesas do Brasil registram-se desde os primeiros tempos da colonização portuguesa.A invasão francesa se deu em 1555, quando conquistaram o Rio de Janeiro, fundando ali a "França Antártica", sendo expulsos em 1567.

Em 1612, os franceses invadiram o Maranhão, ali fundaram a "França Equinocial" e a povoação de São Luís, onde permaneceram até 1615, quando foram novamente expulsos.

Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques e fixação de Holandeses. Interessados no comércio de açúcar, implantaram um governo no território. Sob o comando de Maurício de Nassau, permaneceram lá até serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversas obras em Pernambuco, a cidade do Recife, o centro administrativo, foi urbanizada, saneada, pavimentada, foram construídos pontes, palácios e jardins.

Em 1580, Portugal e todas as suas colônias, inclusive o Brasil, ficaram sob o domínio da Espanha. Este período é conhecido como Unificação Ibérica.

Em 1621, ainda sob o domínio espanhol, o Brasil foi dividido em dois estados: o Estado do Maranhão e o Estado do Brasil. Essa divisão durou até 1774, quando o Marquês do Pombal decretou a unificação.

Portugal sempre foi muito preocupado em impedir a entrada de europeus de outras nacionalidades no Brasil. Foi só em 1808, com a abertura dos portos, que foi permitida a entrada de cidadãos de outras nacionalidades no país. Até então, somente portugueses e escravos africanos podiam entrar de forma livre na colônia.  

Fonte: https://pretonobranco.com.br/images/noticias/2603/7dfcb95d19fae01a306333721f41c0b0.jpg

Economia

Ciclo da Açucar

O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa, onde alcançava grande valor de venda. Após as experiências positivas de cultivo na atual região Nordeste, com a cana adaptando-se bem ao clima e ao solo, teve início o plantio em larga escala.Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio, além de começar o povoamento de sua colônia americana.

Fonte:  https://www.pagina3.com.br/imagens/materia/txtmateria/geral20189133.jpg

 Além do açúcar, destacou-se, também, a produção de tabaco e de algodão. As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, destinado a exportação. 

O Pacto Colonial imposto pelo Reino de Portugal estabelecia que os estados coloniais localizados no atual Brasil só podiam fazer comércio com a metrópole, não devendo concorrer com produtos produzidos lá. Logo, o Brasil não podia produzir nada que a metrópole produzisse. 

Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana tornou-se o mais importante produto de exportação da colônia, os portugueses deram início à importação de escravos africanos, comprados nos mercados escravistas da África ocidental e trazidos, inicialmente, para lidar com a crescente demanda do produto, porém com o tempo a venda de escravos se tornou lucrativa para a Coroa.

Ciclo do Ouro

Foram os bandeirantes os responsáveis pela ampliação do atual território brasileiro além do tratado de Tordesilhas. 

Os bandeirantes penetravam além da linha fronteiriça imposta pelo tratado, procurando índios para aprisionar e jazidas de ouro e diamantes. Foram eles que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões dos atuais estados de Minas Gerais.

Fonte: https://super.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/07/bandeirantes1.jpg?quality=70&strip=info&w=1000

As exportações de açúcar brasileiro começaram a declinar, mas a descoberta de ouro pelos na década de 1690, abriu um novo ciclo para a economia extrativista da colônia, promovendo uma febre do ouro no Brasil, que atraiu milhares de novos colonos, vindos não só de Portugal, mas também de outras colônias portuguesas ao redor do mundo.

Fonte: https://opiniaopontofinal.files.wordpress.com/2016/10/foto-pak-tai-4.jpg?w=730

Os impostos eram cobrados nas casas de fundição, responsáveis por fundir o ouro; dessa forma, a cobrança era mais rigorosa. Erra composto por:  

• Quinto - 20% de toda a produção do ouro caberiam ao rei de Portugal;
• Derrama - uma quota de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano que deveria ser atingida como meta pela colônia, caso contrário, penhoravam-se os bens dos senhores de lavras;
• Capitação - imposto pago pelo senhor de lavras por cada escravo que trabalhava em seus lotes.

Para garantir a manutenção da ordem colonial interna, além da defesa do monopólio de exploração econômica, o foco da administração se concentrou em manter sob controle e erradicar as principais formas de rebelião e resistência dos escravos (a exemplo do Quilombo dos Palmares) e em reprimir todo movimento por autonomia ou independência política (como a Inconfidência Mineira).

Revoltas

Revoltas Nativistas

• Insurreição Pernambucana: ocorreu no contexto da ocupação holandesa, culminando com a expulsão dos holandeses da região Nordeste do país.

• Guerra dos Emboabas: os bandeirantes paulistas queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram; Entraram em choque com os imigrantes reinóis (ou seja vindos da metrópole portuguesa) que estavam explorando o ouro das minas.

• Guerra dos Mascates: foi um confronto armado ocorrido na Capitania de Pernambuco, entre os anos de 1709 e 1714, envolvendo os grandes senhores de engenho de Olinda e os comerciantes portugueses do Recife, pejorativamente denominados como "mascates", devido sua profissão. 

• Guerra Guaranítica: espanhóis e portugueses (apoiados pelos ingleses) entram em conflito com os índios guaranis catequizados pelos jesuítas, de 1751 a 1758.

• Revolta de Filipe dos Santos: ocorrida em Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de ouro com a cobrança do quinto e das Casas de Fundição. O líder Filipe dos Santos Freire foi preso e condenado à morte pela coroa portuguesa.

• Revolta de Beckman: Ocorreu em fevereiro de 1684, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, liderado pelos irmãos Manuel e Tomas Beckman, apenas reivindicando melhorias na administração colonial, o governo português reprimiu violentamente o movimento.

Revoltas Separatistas

• Inconfidência Mineira (1789): liderada por Tiradentes, os inconfidentes mineiros eram contra a execução da Derrama e o domínio português. O movimento foi descoberto pelo Rainha de Portugal (na época D.Maria I) e os líderes condenados

• Conjuração Baiana (1798): Também conhecida como "Revolta dos Alfaiates". Revolta de caráter emancipacionista ocorrida na então Capitania da Bahia. Foi punida duramente pela Coroa de Portugal.

Período Joanino

O Período Joanino (1808-1921) foi iniciado devido à invasão das tropas napoleônicas que ameaçaram a segurança de Portugal Continental, fazendo com que o Príncipe Regente D. João, em nome da rainha Maria I, transferisse a corte real de Lisboa para o Brasil.

O estabelecimento da corte portuguesa trouxe o surgimento de algumas das primeiras instituições brasileiras, como bolsas de valores locais e um banco nacional, e acabou com o Pacto Colonial que Portugal mantinha sob o Brasil, liberando as trocas comerciais com outras nações.

O sistema colonial entrou em decadência, principalmente pelo desejo do povo de quebrar vínculos com Portugal. Muitas revoltas ocorridas no Brasil foram reflexos dessa insatisfação.

A era do Brasil Colônia teve fim no dia 7 de setembro de 1822 quando D. Pedro declarou a Independência do Brasil.  

Divisão do Território 

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