Celebridade Histórica

Quem foi Pedro Álvares Cabral?

Belmonte, 1467 - Santarém, c. 1520

Pedro Álvares Cabral nasceu entre os anos de 1467, no Castelo de Belmonte, da localidade de Beira Baixa, em Portugal, filho de Fernão Cabral e de Isabel Gouveia.

O brasão de armas dos Cabrais é representado com duas cabras roxas em um campo de prata, por isso o sobrenome. O roxo significa fidelidade e as cabras humildade, das quais se origina o nome de família. No entanto, apenas seu irmão mais velho tinha o direito de fazer uso do brasão da família.  

Ainda jovem, Pedro Álvares foi levado para residir na província interior. Ali recebeu boa educação, estudando temas como ciências humanas e táticas armadas sob a tutela dos mestres da corte de Afonso V.

Sua ascensão começou quando tinha cerca de 17 anos de idade em 30 junho de 1484,  foi nomeado moço fidalgo pelo rei D. João II. Alguns anos depois, Cabral casou-se com dona D. Isabel de Castro , uma nobre mulher rica e descendente do rei D. Fernando I, com quem teve pelo menos 4 filhos.

Não há nenhuma imagem ou descrição física detalhada de Cabral contemporâneas à sua época. Sabe-se que era forte e igualava seu pai em altura (1,90 metros). O caráter de Cabral tem sido descrito como culto, cortês, prudente, generoso, tolerante com os inimigos, humilde, mas também vaidoso.

Pedro Álvares Cabral aos 32  anos de idade em uma pintura do início do século XX. 

O descobrimento

Em 15 de fevereiro de 1500, Cabral foi nomeado capitão-mor de uma expedição à Índia. Porém alguns historiadores supõem que foi por causa do "casamento bom" que ele acabou sendo escolhido para chefiar a maior esquadra que, até então, Portugal jamais enviara para singrar o Atlântico.

Foram destacados para a expedição para ajudá-lo em assuntos navais Bartolomeu Dias, Diogo Dias e Nicolau Coelho, tais navegadores comandariam, junto com os outros capitães, 13 navios e 1 500 homens. Além deles, também se encontravam Pero Vaz de Caminha e Frei Henrique de Coimbra. A frota, sob o comando de Cabral, então com 32 anos de idade, partiu de Lisboa em 9 de março de 1500 ao meio-dia.

Numa quarta-feira, 22 de abril de 1500, a frota avistou um monte no qual Cabral batizou de Monte Pascoal (uma vez que aquela era a semana da Páscoa), descobrindo então o Brasil. Eles  detectaram a presença de habitantes na costa, no qual fizeram contato pacífico, por meio de troca de presentes  e festejos.

Tragédias

A frota recarregou os suprimentos e retomou sua viagem em  3 de maio de 1500, navegando ao longo da costa leste da América do Sul. Ao fazê-lo, Cabral convenceu-se de que tinha encontrado um continente inteiro, ao invés de uma ilha.

Em 23 de maio, os navios encontraram uma tempestade na zona de alta pressão do Atlântico Sul, resultando na perda de quatro navios. O local exato do desastre é desconhecido - as especulações afirmam ser perto do Cabo da Boa Esperança, no extremo sul do continente africano. Três naus e a caravela comandada por Bartolomeu Dias - o primeiro europeu a dobrar o Cabo da Boa Esperança em 1488 - naufragaram, perdendo-se 380 homens.

Em Calecute, Cabral teve êxito nas negociações com o Governante e obteve autorização para instalar uma feitoria e um armazém na cidade-estado. No entanto, em 16 de dezembro, a feitoria sofreu um ataque de surpresa de árabes muçulmanos e indianos hindus. Mais de 50 portugueses foram mortos. Cabral esperou 24 horas para obter uma explicação do governante de Calecute, mas nenhum pedido de desculpas foi apresentado.

Os portugueses ficaram indignados com o ataque à feitoria e com a morte de seus companheiros e atacaram 10 navios mercantes dos árabes ancorados no porto. Mataram cerca de 600 tripulantes e confiscaram o carregamento antes de incendiar os navios. Cabral também ordenou que seus navios bombardeassem Calecute por um dia inteiro em represália à violação do acordo. 

Ao todo, dois navios voltaram vazios, cinco estavam completamente carregados e seis foram perdidos. No entanto, as cargas transportadas pela frota geraram lucros de até 800% para a Coroa Portuguesa.

Em Portugal

Após o retorno de Cabral, D. Manuel I começou a planejar outra frota para fazer a viagem à Índia e para vingar as perdas portuguesas em Calecute. Cabral foi escolhido para comandar essa "Frota da Vingança", como era chamada.  Aparentemente, havia sido proposto dar a um outro navegador, Vicente Sodré, o comando independente sobre uma parte da frota - e Cabral se opôs fortemente contra isso. Não se sabe se foi demitido ou se pediu para ser liberado do cargo.

Sofrendo de febre recorrente e um tremor (possivelmente resultado de malária) desde sua viagem, Cabral se retirou para Santarém em 1509. Passou seus últimos anos por lá até morrer em 1520.

Reaparecimento de Cabral

As descobertas de Cabral, e até mesmo o local onde foi enterrado, ficaram esquecidos por quase 300 anos desde sua expedição.

 Esta situação começou a mudar no início da década de 1840, quando o Imperador D. Pedro II patrocinou pesquisas e publicações sobre a vida e a expedição de Cabral através do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Isso fazia parte do ambicioso plano do Imperador para incentivar e reforçar um sentimento de nacionalismo na diversificada sociedade brasileira .

O estado completamente negligenciado em que o túmulo de Cabral foi encontrado quase provocou uma crise diplomática entre Brasil e Portugal. Apesar de seus restos mortais ainda estarem em Portugal, a urna foi eventualmente trazida à Antiga Sé do Rio de Janeiro em 30 de dezembro de 1903. Desde então, Cabral tornou-se um herói nacional do Brasil.

Túmulo de Pedro Álvares Cabral em Santarém, Portugal.

Sugestão de Vídeo

© 2020 CREATIVO DESIGN. Avenida Pasteur 520, Rio de Janeiro 04719-001
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora